O texto a seguir constitui relato dos eventos que antecedem o ingresso do autor na Oficina Literária Paulo Caldas, no Recife até a publicação da coletânea de contos Porque o instante existe, em comemoração aos treze anos da referida oficina.
Porque o instante existe – parte 1
Talvez cansado de escrever textos técnicos e científicos, artigos e teses, ou quem sabe em busca de novas descobertas, aventuras e emoções, decidi aprender a escrever textos de ficção. Os primeiros passos no aprendizado da escrita literária dei em ambiente virtual, por volta de 2013, em cursos online. Lia textos, assistia vídeos e trocava e-mail com os tutores – escritores experientes. Fazia os exercícios e recebia os comentários:
— Devemos evitar os clichês […]
— Me parece um tanto piegas, o que você acha?
— Destaquei no Word os erros de ortografia, concordância etc. etc. etc. Após reescrever me envie com as correções que você considerar pertinentes.
Os professores eram gentis, ainda assim receber críticas e aproveitar a oportunidade de aprendizagens e crescimento que representam é uma das lições mais difíceis que o aprendiz de escritor pode receber.
Posteriormente comecei a frequentar uma oficina literária presencial no Recife, com Raimundo Carrero. Nesse tempo os encontros ainda ocorriam na União Brasileira dos Escritores, no bairro de Casa Forte e só depois em sede própria, no bairro do Espinheiro. Das críticas virtuais passei àquelas olho no olho. Além dos riscados e rabiscos no texto que pensava acabado, o tom de voz e os olhares dos companheiros ao meu lado serviam de subtexto.
Garimpei livros e dediquei horas à leitura e lições sobre escrita. Muita coisa que lia não entendia plenamente, o aproveitamento era parcial. Nessa fase escrevi para duas coletâneas de contos, uma delas em homenagem ao ilustre escritor e fundador da conhecida oficina literária em Pernambuco – o livro foi intitulado “Carrero com 70” – setenta em idade, ao lado de setenta escritores, ex-alunas e alunos, reunindo contos, poemas e crônicas. Embora ainda em infância tenra, já me sentia na adolescência da escrita.
Projetos profissionais coincidiram com a suspensão do meu aprendizado, tempo em que parei de escrever ficção e quase parei de ler clássicos e contemporâneos. Quando a gente para durante uma caminhada longa, pode ser difícil voltar. Algum dia retomaria o propósito?
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