Um segredo da cultura japonesa: Ikigai – ter um propósito para ser feliz, além de viver mais e melhor. Isso é feito em cinco passos. É o que nos mostra o neurocientista japonês, que já vendeu milhões de livros.
Ikigai é o propósito de vida: um segredo da cultura japonesa para viver mais, melhor e ser mais feliz
O livro do qual falamos é Ikigai – Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz. Ele reúne detalhes da cultura japonesa, evidências, casos, relatos e os conhecimentos do autor para explicar o significado, caminhos e benefícios de ter ikigai. Foi escrito por Ken Mogi, neurocientista e escritor japonês, autor com mais de um milhão de cópias vendidas dos seus diversos livros. A primeira edição foi publicada no Brasil pela Austral Cultural em 2018 e tem 224 páginas.
Ikigai é o que dá sentido à nossa vida e nos faz levantar todos os dias. Com efeito, encontrar o próprio ikigai – ou seja, o seu propósito de vida – e assim viver uma vida plena, longa e feliz, é um segredo dos antigos japoneses.
Para ser mais feliz, encontre o seu propósito de vida em cinco passos
Em primeiro lugar são explicados os cinco pilares/passos para acharmos o nosso ikigai. São eles: “começar pequeno, libertar-se, buscar harmonia e sustentabilidade, descobrir a alegria das pequenas coisas e estar no aqui e agora”. Este último conselho está ligado ao conceito de “mindfulness” e é semelhante ao que se preconiza nas práticas de meditação no Zen Budismo.
Encontrar o nosso ikigai é um caminho para descobrir qual é o nosso propósito de vida e a nossa missão. Nesse caso, para explicar o propósito de vida é dado o exemplo do chef Jiro Ono, três estrelas Michelin. Talento, determinação, perseverança e trabalho árduo levaram ao reconhecimento e aclamação do referido chef. No entanto, o que explica o referido sucesso, mais do que os fatores citados, é que Ono tem ikigai – palavra que “descreve os prazeres e sentidos da vida” (“iki” – viver e “gai” – razão”).
O valor das pequenas coisas
A ideia de ikigai se aplica a várias circunstâncias. Por um lado, temos as pequenas coisas, como apreciar uma xícara de café ou os raios de sol entre as folhas. Por outro lado, temos os grandes objetivos e conquistas de vida almejados. No caso do relato comentado, o chef japonês buscava a perfeição técnica e queria morrer fazendo sushi.
Ter um Ikigai – encontrar um propósito de vida ajuda a viver mais, melhor e ser mais feliz
Ter ikigai é ter “um valor pelo qual viver”. No mundo, há algumas “zonas azuis” em que as populações são mais longevas.
No Japão encontra-se Okinawa, localidade com muitos centenários, cada um com o seu próprio ikigai. Primeiramente, havia o mestre de caratê de 102 anos, cujo propósito era cuidar das artes marciais; depois, um pescador de cem anos, que pescava três vezes por semana para alimentar a família; além disso, uma senhora de 102 anos, para quem segurar a tataraneta era a coisa mais importante.
Nesse lugar, a essência do ikigai está na “noção de comunidade”, “dieta equilibrada” e “percepção de espiritualidade”.
Numa pesquisa, aqueles que não tinham ikigai apresentavam maiores chances de não estarem casados, não terem emprego, possuírem nível educacional mais baixo, saúde ruim, maior estresse mental, mais dores corporais, limitações físicas etc.
Ter ikigai está ligado ao sentimento de que se pode “construir uma vida feliz e ativa”. Em suma, “ikigai dá propósito à vida ao mesmo tempo que dá determinação para seguir em frente” e, deste modo, pode transformar a vida da pessoa.
O que realmente importa?
Sugere-se “definir e apreciar os prazeres da vida que têm significado” para nós. Por exemplo: quais nossos valores sentimentais? Que pequenas coisas nos dão prazer? O que nos motiva levantar cada manhã?
Em suma, Ikigai é o que “dá apetite para a vida”, deixa o indivíduo “ávido para receber cada novo dia”, de modo que é “o motivo para se levantar cada manhã”.
Nesse sentido, nada grandioso é exigido e sim a busca da alegria nas pequenas coisas, nos pequenos ritos diários, como preparar um delicioso café da manhã. Também, as atividades que nos mantêm em movimento, o trabalho criativo e produtivo, a vida em comunidade.
Ken Mogi ressalta que “a vida precisa de coerência”, “senso de direção”, “visão de objetivos”, sem esquecer a importância de “estar no aqui e agora” e da busca de equilíbrio dos desejos individuais com a “sustentabilidade da sociedade e do meio ambiente”.
Ele finaliza: “ikigai e felicidade vêm da aceitação do eu”.Em . S
ikigai e felicidade vêm da aceitação do eu.
O que achei do livro Ikigai, de Ken Mogi
Em conclusão, o livro Ikigai é rico em exemplos, evidências e referências da cultura japonesa, a partir dos quais o autor apresenta e ilustra o conceito objeto de estudo. Sem dúvida, esses ajudam na compreensão dos cinco pilares que orientam a busca do ikigai.
Além disso, o livro é bem escrito, claro e de leitura recomendada, uma vez que pode ajudar o leitor no achado do ou dos seus propósitos de vida.
No meu caso, a leitura deste livro sobre Ikigai ajudou encontrar e ter mais clareza sobre os meus propósitos de vida – em particular quanto à importância da escrita e leitura para mim, o que me motivou a criar o Blog Literatura e Propósito.
Por fim, desejo que você também encontre o seu Ikigai e seja mais feliz.
Adendo: a expressão Literatura e Propósito, nome do blog, tem forte relação com o significado da palavra ikigai.
Excelente colocação sobre o conteúdo do livro, influenciou (e muito) na minha escolha de leitura. Sigo em busca do meu propósito de vida, e não apenas profissional, quero identificar o meu potencial de contribuição e usá-lo para beneficiar o maior número de seres.
Eis o questionamento, de que maneira?
Espero encontrar algum direcionamento no Ikigai.
Obrigada!
Que bom, Paula. Que você encontre os seus diferentes propósitos e possa ajudar às pessoas e ser feliz assim.